Nos parques privatizados nossos impulsos consumistas

Depois de ter concedido no ano passado as gestões do Cantareira e do Horto Florestal, o governador João Dória, o que desistiu de desistir de sua candidatura à Presidência da República, acaba de privatizar mais três parques, todos na zona oeste da cidade: Villa Lobos, Candido Portinari e Água Branca.

Tal qual o prefeito Ricardo Nunes vem realizando na cidade, a privatização de bens públicos e de empresas seguem a pleno vapor no Estado de São Paulo.

Todo esse processo segue um roteiro bastante manjado. Primeiro se abandonam os serviços de manutenção dos equipamentos públicos.

Depois, o sucateamento dá lugar a justificativa de que passar administração para a iniciativa privada é o remédio para todos os males.

Sob a promessa de que vão receber investimentos e de que não haverá cobrança de taxas de ingressos, as concessões dos parques são a perder de vista, ou seja, por 30 anos.

O fato mais subliminar dessas privatizações, porém, é a mudança radical de como os atuais governantes olham para a população, sempre guiados pela lógica empresarial. E tudo como oportunidade de negócios.

Quem se aventurar a frequentar um dos parques privatizados começará a sentir que deixa de ser cidadão para contemplar e se apropriar de um atrativo natural que foi um bem público, portanto ao alcance de todos.

Todos, sem exceção, serão encarados como potenciais consumidores de produtos e serviços que serão oferecidos pelos gestores privados.

Assim como os labirintos de produtos e bugigangas que nos cercam próximos dos caixas de supermercados, estaremos todos sujeitos aos impulsos consumistas nos parques.

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